quarta-feira, 28 de maio de 2008

Olha, tem casa que dá vontade de mandar benzer. É muita tecnologia. As coisas funcionam na base da magia negra, só pode. E eu achava moderno fogão com acendimento automático. Olha que jeca! Na era da persiana e churrasqueira elétrica, vocês já viram a quantidade de controle remoto na casa dos descolados? Um pra tv, um pro dvd, um pra tv a cabo - canais ímpares, outro pra tv a cabo - canais pares, um pra o home theater, um pra isso, um pra aquilo...MEDO! Eu que só sei jogar pac mam e me atrapalho com qualquer controle com mais de três botões fico imaginando onde o mundo tecnológico vai parar. Tá certo que tudo isso gira em torno de uma proposta de conforto. Mas vem cá, eu duvido que alguém conheça todas as funções daqueles controles remoto power plus advanced que controlam até a temperatura do chuveiro do vizinho da rua de trás. Ou pior, eu duvido que alguém já não tenha desregulado todos os canais da tv, os idiomas do dvd ou os agudos do home theater (tem disso, não tem?) desbravando aqueles botões que, pra ajudar, trazem intrigantes cores e formatos diferentes. Sinceramente, um botão pra ligar e desligar, um pra mudar o canal, um pra regular o volume e um com a função sleep estava de ótimo tamanho. Todo o resto, que eu nem imagino pra que serve, só faz a pessoa se sentir parte do núcleo moderno da sociedade, aquele núcleo que sobrevive matando a sede com água sabor limão levemente gaseificada. Definitivamente nada é como antes.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Enquanto alguma piriguete dança no seu quadrado, enquanto um padre voador tem idéias kamikaze e, enquanto uma terceira pessoa joga uma criança pela janela, o mundo gira na velocidade seis da dança do creu. Não há quem acompanhe. Eu mesma queria que meu dia tivesse pelo menos trinta horas, das quais eu continuasse trabalhando doze, e me sobrassem outras tantas pra eu fazer coisas como almoçar, ligar para dar feliz aniversário aos amigos, cortar o cabelo e até atualizar o blog. Com certeza o relógio acelerou. O rádio-relógio digital importado do Paraguay que tinha lugar de destaque na estante da sala da minha casa quando eu tinha uns seis anos de idade era muito mais lento. Talvez seja culpa da cor da tinta do cabelo da Suzana Vieira, da insistência da permanência do Rubinho na Fórmula 1 ou das coreografias da Joelma, mas a terra parece que quer girar mais rápido. Vivemos um tempo em que as 24 horas de um dia viram enlatado de TV e onde frações de segundo mudam toda a vida da Lola, e a minha também. Já estou atrasada pra alguma coisa. Fui.