quarta-feira, 28 de outubro de 2009


Existe um abrandamento na pena para mulheres que cometem crimes durante a TPM, não existe? Ah, tá. Não, nada, só pra saber. Vem cá, Deus, o gerente ou o responsável, me diga: Não bastam as dores e a indisposição? É necessário acabar a bateria do controle do alarme do carro, cair o tacão do sapato, quebrar a unha, não entrar na calça jeans, levar uma multa, mandar email pra pessoa errada e ter uma reação alérgica a Novalgina tudo na mesma semana? E, pra contribuir com o Armageddon, no meio disso tudo, alguém vira pra mim e diz aquela pequena palavra provocativa que é a gota d água no tsunami: CALMA! Calma é o caralho! A Carolina Dieckmann tá de novo na capa da Boa Forma e já teve dois filhos! Quer que eu fique calma como? Olha, eu acho que a Constituição, os Dez Mandamentos, o Tratado de Tordesilhas, ou seja lá o que for, precisa ser revisto! Durante este período de TPM, em que a mulher está ali, daquele jeitinho, toda fragilzinha, assassina mesmo, naquela semana onde o cosmos faz com que as piores tragédias do universo aconteçam, as pessoas ao redor deveriam colaborar. Não por nós, que estamos apenas um pouco alteradas emocionalmente, mas por elas mesmas. Se as pessoas não querem ouvir as maiores barbaridades que um ser humano tem condições de proferir - e na maioria das vezes as mulheres em TPM as berram sem nenhuma razão ou motivo, faz assim, libera do serviço, dá a vez na fila, cede a vaga do estacionamento. São pequenos gestos que podem salvar uma vida! Você não acha? Olha, pro teu próprio bem eu vou te dar uma dica: concorda comigo, vai!

domingo, 25 de outubro de 2009


Como domingo, no geral, é um dia monótono, vamos falar de coisinhas bem monótonazinhas que a maioria das mães cultivam. Analisem os bibelôs que vocês têm em casa. Mas observem com uma atenção nunca antes dada a estas criaturinhas de estante. É bizarro! Tem uma cabeça de índio, bronze, em cima de um balcão na sala da minha casa que eu não entendo. E a combinação? É tudo que é tipo de coisa misturada. Pratinho, anjinho, bichinhos, santinho, budinhas e outras entidades que não querem dizer coisa nenhuma. Nem a pau que vou dar moral mística pra um casalzinho preto, todo porpurinado, com detalhes dourados, sentadinhos numa posição de meditação. E olha, os bibelôs são duro na queda!Estes serzinhos vivem mais que cachorro, duram mais que namoro, resistem a mudanças. É um zelo com aquelas pecinhas de cristal, com aquele maldito cisne de pescoço enorme, mas me digam: pra que serve aquilo? Juntam pó e são o terror das empregadas e faxineiras que, quando não quebram um deles, colocam fora do lugar. Sim, eles têm lugar! Uma ordem que eu não sei a origem. Mas, ficam dispostos sempre uns do lado dos mesmos. A mais tradicional é a ordem crescente, os maiores atrás. Mas às vezes a divisão é por espécie, como por exemplo: seres espirituais num canto, mini-utensílios domésticos no outro, lembrancinhas de viagem que incluem garrafinhas com areia colorida, barquinhos de madeira e escultura com conchinhas, numa outra beiradinha de armário. Ave Maria! Mas o pior é que eu preciso admitir que eu já cultivo meus próprios enfeitinhos, e to quase entendendo minha mãe. Onde quer que eu vá vou levar a girafa de madeira, a miniatura da Torre Eiffel e dois bonequinhos que sentam com as pernas penduradas. Na verdade acho que estas coisinhas que enfeitam a casa significam o suficiente para se tornarem tesouros pessoais, que não interessam a mais ninguém que não sejam os donos. Então, apesar do mini-engradado de coca-cola já ter sido exterminado, com todo respeito, a tal da cabeça de índio, bronze, é esquisita demais, eita tesourinho de mau gosto dona Maria Carolina!

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Reativei.
Assunto nunca falta.
Penso em coisas ao volante (talvez por isso eu já tenha usado duas vezes este ano a franquia do seguro), no banho (talvez por isso não consiga ser ecológica e demoro debaixo do chuveiro), nas filas (mas ai o foco do pensamento geralmente é a própria fila, falo disso outro dia), provando roupa (talvez por isso eu sempre chego em casa e percebo que a blusa tá larga e a calça apertada), ou no cinema, quando vou sozinha. Já foram sozinhos ao cinema?

Nossa, é muito bom. Dá uma sensação de auto-suficiência. Alguma coisa do tipo: não preciso de ninguém pra ver um filme, vejo com meus próprios olhos e ouço com os meus ouvidos. Eu compro a minha pipoca, coloco quanto sal eu quero e todos 500 ml de coca-cola são exclusivamente meus. As pessoas até me olham com pena, do tipo: nossa, coitada, não tem nem parceria pro cinema. Mas não. Eu é que tenho pena delas. Porque bem na hora boa do filme o companheirinho dela de cinema vai derramar refrigerante, fazer algum comentário impertinente, oferecer MMs, vai desconcentrar! E aí, me diz, quem vai prestar muito mais atenção na película e valorizar cada real investido? Heim? Eu! Que estou sozinha, não tenho com quem conversar ou oferecer comida. Ninguém me dispersa. Quer dizer, a bem da verdade quase ninguém, porque mesmo que eu vá sozinha, invariavelmente alguém vai sentar do meu lado.

Bom, de qualquer forma aí vão algumas dicas para quem quer se aventurar numa sessão solitária de cinema: evite lançamentos, as salas estão sempre cheias, a sensação de estar sozinho vai por água abaixo. Não tem jeito, o cinema tá lotado? Sente no corredor, pelo menos só uma pessoa vai sentar ao seu lado. Disfarce a solidão com comida. Se você chegar com refrigerante e pipoca grandes, por um bom tempo as pessoas vão achar que alguém vai chegar pra te acompanhar. Ai depois a luz apaga e pronto, divirta-se com a fartura, é tudo seu. E a dica mais importante de todas, atenção: Nunca chegue muito cedo. Ficar sentado sozinho no meio da sala de cinema vazia é, sim, uma cena de Almodóvar.

Anotou? Pronto, agora vai na fé. Solidão às vezes faz muito bem.