quarta-feira, 16 de abril de 2008

Às vezes eu acho que eu queria ser mulher de novela. Só às vezes. E eu explico. Mulher de novela não derrapa no plural e tem um vocabulário rico, que vai do “crápula” ao “devassa” com muita elegância e naturalidade. Mesmo morando na Portelinha, mulher de novela quase não repete roupa e ainda lança moda. Mulher de novela pega chuva e continua com o cabelo escovado, de um liso praticamente indígena ou nipônico. Mulher de novela dorme de rímel e lápis no olho e não acorda parecendo um panda ou uma raposa, a pele amanhece alva, sem cara amassada. Mulher de novela ta sempre de unha feita, quase nunca lava louça e não fala de roupa suja. Mulher de novela sempre encontra tempo para comer frutas num café da manhã saudável. Concordo que nem tudo são flores. Porque ser mulher de novela também tem ônus. Por exemplo: cada vez que ouve a campainha tocar a mulher de novela precisa dizer o dispensável “você está esperando alguém?”, além de outros textos, incluindo provérbios infames, que subestimam a capacidade de comunicação do ser humano. Sem contar que não é em todo capítulo que se pode beijar o Gianecchine, o Cauã Reymond ou o Caco Ciocler. Volta e meia rola beijar o Stenio Garcia ou o Tony Ramos, blargggg! Mas às vezes, e só às vezes, eu queria ser mulher de novela para ter garantida uma trilha sonora de sucesso e o encontro casual com aquele que vai ser o homem da minha vida e com quem eu vou casar e ter um filho no último capítulo, antes do fim, em horário nobre. Mas repito, só às vezes.

3 comentários:

Kelly Magalhães disse...

Mulher panda foi demais!

Ah! Tem tb a Juliana Knust beijando o Otávio Augusto em Duas Caras pra lista dos beijos "blargggg!". Esse deve ser o beijo técnico mais técnico que ela já deu.

rsrsrs

Anônimo disse...

É o blá blá blá do 709 rendeendo pautaaa! :)

Anônimo disse...

Sabe que às vezes, mas só às vezes, eu queria ter uma mulher de novela... Mas não a viúva Porcina, ok?