domingo, 25 de outubro de 2009


Como domingo, no geral, é um dia monótono, vamos falar de coisinhas bem monótonazinhas que a maioria das mães cultivam. Analisem os bibelôs que vocês têm em casa. Mas observem com uma atenção nunca antes dada a estas criaturinhas de estante. É bizarro! Tem uma cabeça de índio, bronze, em cima de um balcão na sala da minha casa que eu não entendo. E a combinação? É tudo que é tipo de coisa misturada. Pratinho, anjinho, bichinhos, santinho, budinhas e outras entidades que não querem dizer coisa nenhuma. Nem a pau que vou dar moral mística pra um casalzinho preto, todo porpurinado, com detalhes dourados, sentadinhos numa posição de meditação. E olha, os bibelôs são duro na queda!Estes serzinhos vivem mais que cachorro, duram mais que namoro, resistem a mudanças. É um zelo com aquelas pecinhas de cristal, com aquele maldito cisne de pescoço enorme, mas me digam: pra que serve aquilo? Juntam pó e são o terror das empregadas e faxineiras que, quando não quebram um deles, colocam fora do lugar. Sim, eles têm lugar! Uma ordem que eu não sei a origem. Mas, ficam dispostos sempre uns do lado dos mesmos. A mais tradicional é a ordem crescente, os maiores atrás. Mas às vezes a divisão é por espécie, como por exemplo: seres espirituais num canto, mini-utensílios domésticos no outro, lembrancinhas de viagem que incluem garrafinhas com areia colorida, barquinhos de madeira e escultura com conchinhas, numa outra beiradinha de armário. Ave Maria! Mas o pior é que eu preciso admitir que eu já cultivo meus próprios enfeitinhos, e to quase entendendo minha mãe. Onde quer que eu vá vou levar a girafa de madeira, a miniatura da Torre Eiffel e dois bonequinhos que sentam com as pernas penduradas. Na verdade acho que estas coisinhas que enfeitam a casa significam o suficiente para se tornarem tesouros pessoais, que não interessam a mais ninguém que não sejam os donos. Então, apesar do mini-engradado de coca-cola já ter sido exterminado, com todo respeito, a tal da cabeça de índio, bronze, é esquisita demais, eita tesourinho de mau gosto dona Maria Carolina!

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